quarta-feira, 6 de abril de 2011

Aulas de Lógica

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Desejo x Vontade

Nós confundimos o que é o desejo e o que é a vontade: usamos uma palavra e a outra para dizer a mesma coisa. Mas não é assim que é.

Repare: nós não escolhemos nosso desejo. Ele surge, sabe-se lá de onde é que ele vem, e toma conta de nós. O desejo é assim. É um afeto, porque o desejo nos afeta, chega sem pedir licença, nos invade. Não é assim que é? O desejo é uma paixão. E paixão, não é só quando estamos apaixonados, não. Os apaixonados são afetados por uma paixão, a paixão amorosa, a paixão romântica… Mas o ódio e o medo também são paixões. Nós é que nos acostumamos a chamar apenas o nosso amor de paixão, e daí nos equivocamos. Toda paixão é um afeto. São todos do mesmo jeito: o amor e o ódio, o medo, e o desejo, porque nos afetam, chegam sem pedir licença.

Mas a vontade, não. Ela não é um afeto: ela é uma escolha. É quando, antes de agir, paramos para pensar e medir as consequências de nossos atos. A vontade é acompanhada da razão, que é a capacidade, que apenas nós humanos temos, de parar e pensar, calcular, medir consequências, e só então escolher.

Se agimos apenas movidos por nossos desejos, não somos diferentes de qualquer animal, que também desejam, agem por instintos, por impulsos. Quando agimos apenas movidos pelo desejo e pelas paixões, não há escolha possível. E desejamos coisas que até consideramos serem contra a moral. O desejo não tem moral.

No entanto, de nós, humanos, se espera a capacidade de frear um tanto nosso desejo, nossas paixões, tudo o quanto nos afete – para que possamos parar, pensar, escolher e agir. É assim que é. É nesta escolha que reside a moralidade. A vontade é o eixo em torno do qual gira a moral.

Questões:


Segundo o texto, qual a diferença entre desejo e vontade?
Como se definem as paixões?
“O desejo não tem moral”. Explique porque.

retirado de: http://edu74.wordpress.com/2010/10/18/desejo-e-a-mesma-coisa-que-vontade/ em 06/04/2011